https://gabinetemediacao19.wixsite.com/gmais

A ideia de constituir um Gabinete de Mediação Positiva de conflitos (gm+) no Agrupamento surgiu em 2015/2016, enquadrada no Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, constituindo uma medida do Plano de Ação Estratégica do Agrupamento, implementada em 2016/2017. Foi criada assim esta estrutura, para responder a estas necessidades e promover uma convivência pacífica, a melhoria do bem estar escolar, pensando o aluno como pessoa, melhorando as suas competências socio emocionais e desenvolvendo todo o seu potencial, respondendo assim a problemas de indisciplina que prejudicam a qualidade das aprendizagens.

Desde 2016/2017 tem-se vindo a constituir uma bolsa de alunos mediadores, de diversas idades e turmas, que realizam formação, com formadora acreditada, em mediação positiva de conflitos e desenvolvem diversas atividades, em diferentes âmbitos, em contextos de educação não formal.

Através de jogos pedagógicos, construção de materiais, em contextos desafiantes, procura-se que os alunos desenvolvam competências de modo a saber gerir tensões, conflitos, frustrações e problemas do quotidiano, enquadrando-os na diversidade de culturas, situações e problemáticas, cada vez mais vivenciadas no mundo atual.

Em 2015/2016, 2016/2017 foi realizada formação acreditada na mesma temática para

docentes e não docentes.

No ano letivo 2017/2018 e 2018/2019 continuou-se esse trabalho, tendo alargado o âmbito da mediação inter pares, à realização de oficinas criativas, poesia, fotografia e música, como forma de elevar a auto estima e desenvolver o potencial de cada um.

De acordo com os princípios do projeto educativo “na diversidade, uma escola de todos e para todos”, concluiu-se que o desafio mais premente se prende com a melhoria do sucesso educativo e do bem estar escolar, melhor acolhimento da diversidade cultural e maior envolvimento de toda a comunidade, através de estratégias de desenvolvimento da cultura organizacional e do estabelecimento de relações mais positivas de interação e aproximação entre a escola, a família e a sociedade.

Pretende-se assim contribuir para uma convivência pacífica e o desenvolvimento de todas as potencialidades dos destinatários, como forma de promover o sucesso educativo e a inclusão.

A resposta a esta necessidade passa por incrementar práticas colaborativas de mediação positiva de conflitos; reduzir o número de participações disciplinares; estimular uma comunicação assertiva; desenvolver, nos membros da comunidade educativa, competências que preparem para as mudanças, bem como uma perceção e vivência mais positivas da escola por parte de todos; incentivar a participação dos alunos em projetos e iniciativas da escola e da comunidade.

Procuramos ajudar crianças e jovens, através da reflexão e auto conhecimento e do diálogo e mediação interpares, a descobrir o seu potencial e revelar os seus talentos, criando outras oportunidades de realização, aprendendo a lidar com as incertezas e os desafios do mundo global. Na concretização do projeto, são os alunos mediadores a contribuir, dinamizar e partilhar ferramentas, desenvolvendo as soft skills, o que constitui uma mais valia na capacitação para uma cidadania ativa no sec. XXI.

Pretendemos criar uma cultura de responsabilização individual e coletiva, desenvolvendo as competências de: autorregulação, comunicação, pensamento criativo, resiliência e resolução de problemas, sem esquecer a individualidade de cada um. Utilizando como estratégias, fomentar a empatia e os valores da generosidade; capacitar para uma educação integral, reconhecendo, respeitando e valorizando as diferenças, como riqueza para a promoção da educação inclusiva, através do diálogo e do encontro com o outro, no seguimento do definido no perfil do aluno para o século XXI.

Em conclusão, o caráter inovador deste projeto reside no protagonismo e liderança dos alunos mediadores e na promoção do bem estar e de boas práticas, por parte de toda a comunidade educativa

 

Historial do Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins

Um Agrupamento com História

As origens mais remotas da Escola Secundária Dr. Júlio Martins fazem-nos recuar a 1889. Nesse ano, a 14 de Março, é criada em Chaves uma escola de Desenho Industrial, sendo, seguidamente, transformada em Escola Industrial, decretando-se que

 “ o ensino teórico professado na escola será completado com o ensino manual, para o qual se estabelecerão junto da escola as necessárias oficinas”.

 Esta escola, tal como muitas outras fundadas na época, teve uma vida efémera, tendo sido extinta aquando da reorganização do ensino industrial e comercial de 1891.

No dia 2 de Maio de 1919, passado trinta anos sobre a primeira fundação, é publicado, no Diário do Governo, o Decreto nº 5490, do Ministério do Comércio, Direção Geral do Ensino Industrial e Comercial, que cria em Chaves uma Escola Industrial e uma Aula Comercial. O Decreto é assinado pelo Presidente da República, Canto e Castro, o Presidente do Ministério, Domingos Leite Pereira, e respetivos ministros, dos quais se destacam: o Ministro da Justiça, Dr. António Granjo; o Ministro da Instrução, Dr. Leonardo Coimbra; o Ministro das Colónias, Dr. João Lopes Soares e, naturalmente, o Ministro do Comércio, Dr. Júlio do Patrocínio Martins.

A Escola Industrial e a Aula Comercial iniciaram a sua atividade, no ano letivo 1919-1920, nas instalações situadas, respetivamente, junto ao Senhor do Calvário e na Rua Direita, funcionando a Secretaria da Escola, no Liceu Nacional de Chaves. Logo, na primeira reunião do Conselho Escolar, em 27 de Junho de 1919, foi aprovada, por unanimidade, a proposta de atribuir àEscola o nome de Júlio Martins, médico e politico, de referência na época. Júlio Martins nasceu em 1878, na freguesia de Casa Branca, concelho de Sousel. Foi um homem influente e notável na propaganda de ideias republicanas, tendo contribuído para a proclamação do regime republicano na sua região natal. Porém, em consequência da instauração da ditadura de Sidónio Pais, em 1917, foi obrigado a refugiar-se em Chaves.

Durante o “seu exilio” nesta região transmontana, revelou-se um médico extremamente humanista, exercendo a medicina como um autêntico João Semana. A população mais humilde, passado muitos anos, ainda o recordava com venerado respeito e admiração pela sua dedicação em prol das vítimas de uma epidemia de tifo.

Os cursos iniciais foram os de Serralharia Mecânica e de Carpintaria Civil. O Curso de Trabalhos Femininos começou em 1922. O Curso Comercial foi integrado em 1924 e, consequentemente, a ata do Conselho Escolar de 17 de Outubro de 1924, refere-se, pela primeira vez, à Escola Industrial e Comercial de Júlio Martins.

A grande reforma do Ensino Técnico de 1948 estabelece, na então designada Escola Industrial e Comercial de Chaves, os seguintes cursos: 1. - Ciclo Preparatório; 2. - Cursos Complementares de Aprendizagem: Comércio; 3. - Cursos de Formação: Serralheiro; Carpinteiro-Marceneiro; Costura e Bordados. Em 1957, é acrescentado o Curso Complementar de Aprendizagem de Eletricista.

A partir de 1961, já no atual edifício, a escola foi incluindo outros cursos, nunca deixando de crescer e de servir a população escolar.

Com a implementação do regime democrático, emanado do 25 de Abril de 1974, o sistema de ensino é alvo de profundas alterações, com destaque para os princípios de democraticidade e a consequente igualdade de oportunidades de acesso e sucesso a todos os cidadãos, consagrada na Lei de Bases do Sistema Educativo.

A nossa Escola adaptou-se na época a essa nova realidade e foi considerada uma das que melhor interpretou estes princípios, sendo a preferida pela comunidade envolvente.

No período consequente, houve alterações significativas, com destaque para a adaptação das estruturas físicas e de processos de ensino/aprendizagem, às novas exigências provocadas pelos processos de unificação do 3º Ciclo e com o alargamento da escolaridade obrigatória.

A Escola recebe, sem hesitação e consensualmente, no ano de 1978, o nome de Dr. Júlio Martins, como seu patrono, inscrevendo-o em letra de forma, numa das fachadas da sua estrutura física.

As reformas vão sendo progressivas, no caráter dos Cursos e respetivas opções, com destaque para as alternativas, no ensino secundário, nas vias de ensino e profissional (cursos técnico-profissionais e tecnológicos).

 

Atualmente e por despacho do Exº Secretário de Estado de Ensino e da Administração Escolar de 28 de junho de 2012 é formado o Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins, como resultado da agregação do Agrupamento de Escolas Nadir Afonso e da Escola Secundária Dr. Júlio Martins.

É constituído por seis escolas básicas do 1.º ciclo com educação pré-escolar, uma escola básica de 2.º ciclo,  a escola Nadir Afonso e a escola básica de 3.º ciclo e secundária Dr. Júlio Martins (escola-sede), com um total de 1970 alunos.

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